Efeitos luminosos e fogos de artifício, tapete vermelho e 45 mil pessoas. A apresentação oficial de Daniel Alves fez o torcedor sonhar alto com o São Paulo, e sugeriu que ali começava uma nova era. Naquela noite, diante de cerca de 150 jornalistas de todo o mundo, a diretoria aproveitou a ocasião e anunciou a retomada de um projeto ambicioso: a transformação do clube em uma Sociedade Anônima (S.A.).
A inspiração está no Bayern de Munique, que tem Adidas, Allianz e Audi como sócios minoritários, mas os exemplos de clubes-empresas bem-sucedidos estão por toda a Europa - incluindo os finalistas da última Liga dos Campeões, Liverpool e Tottenham. No Brasil, o modelo ainda é raro, limitado a times de abrangência estadual ou regional, mas o Tricolor está disposto a ser pioneiro entre os grandes.
Esta intenção ficou clara nas palavras do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o primeiro a discursar na apresentação de Daniel Alves. Com intenção de ficar marcado na história do São Paulo, ele foi aconselhado por uma pessoa muito próxima a fazer uma mudança significativa na reta final de seu mandato. A ideia é que este marco seja a transição para S.A., mas a política interna do clube ainda é obstáculo.
A semente de um clube-empresa no Morumbi foi plantada durante uma viagem do executivo de futebol do clube, Raí. Ele foi à Europa em busca de reforços no primeiro semestre e não apenas viabilizou a contratação de Daniel Alves, mas também foi abordado por pessoas interessadas a investir no Tricolor. Estas conversas conquistaram a atenção de Leco, e a roda da São Paulo S.A. começou a girar.